As Partes “Perdidas” II : “Meninos, Eu Vi”

As Partes “Perdidas” II : “Meninos, Eu Vi”

Agora, como prometi, segue o segundo texto (o primeiro está neste link), ainda referente ao Prefácio do livro “Que Tipo de Líder Você É: Culpado ou Herói?“. Este foi escrito pelo meu amigo Jesuíno Lopes.

Como falei, como o livro foi originalmente publicado sem o prefácio na Amazon, quando foi lançado em Outubro passado, “posto” ele aqui.

“Meninos, eu vi!” 

Era o ano de 2008. Estávamos iniciando uma jornada de transformação de uma organização de mídia para ter maior atuação no ambiente digital. A indústria já avisava sobre fortes mudanças no mercado. Novo posicionamento, novos modelos de negócio, nova estrutura organizacional, novos processos, novas competências, novas tecnologias… Enfim, uma mudança em todos os níveis precisava ocorrer.

A área de TI estava no centro dessas mudanças e promovia muitas iniciativas de transformações. Entre elas a aplicação das práticas ágeis nas áreas de Produtos.  A primeira aplicação do novo modelo de gestão na responsabilidade do Barizon foi precedida por um workshop. Sabendo disso, eu quis ver um pouco sobre o tema e fui até o local.

O diretor da área editorial, patrocinador dessa primeira iniciativa, ao me ver entrando na sala onde ocorria o workshop, me diz sorrindo satisfeito e me puxando mais para dentro da sala: “Olha isso aqui!”.  Assim o fiz. Olhei para o processo que se desenrolava e o Barizon estava no centro da sala conduzindo-o.  Além do olhar de satisfação do diretor da área cliente, é do Barizon que lembro mais claramente o semblante em meio a tantas pessoas na sala. Ele estava cercado por aqueles que faziam os papeis de Product Owners (PO), de Scrum Masters, de Desenvolvedores, e demais, que formam um time Scrum. Era claro o semblante de quem descobria uma resposta perfeita a desafios e pressões que a área de TI tinha naquele momento – como lidar com uma lista enorme de solicitações, com um baixo envolvimento das áreas de negócio, com capacidade limitada de equipe, sempre pressionada e com entregas de valor sendo questionada? Ele parecia desvendando uma equação.

Só algum tempo depois me dei conta que eu estava ali testemunhando o talento de um líder que encontrava o ferramental que faltava para travar suas batalhas.

Foi então aplicado, pela primeira vez, o novo modelo de gestão em um produto. Depois disso, vi muito mais em várias outras investidas do Barizon: adequação de papéis para a maturidade organizacional existente, novos cargos criados e profissionais convidados a ocupá-los, participação de terceiros em times ágeis, atuação pontual de arquitetura e infraestrutura de TI nos sprints, programação em pares, desenvolvimento orientado a testes, indicadores adequados, a lista de realizações era grande e estava claro o caminho.

A aplicação das práticas nas mãos certas e em terreno fértil fazia a transformação acontecer. TI e Negócio estabeleciam uma nova relação. As batalhas iam sendo travadas e o líder seguia seu caminho. Importante dizer que tudo isso lidava com a cultura organizacional. Então essas mudanças muitas vezes podem não ser tão simples assim.

Depois de tantos caminhos percorridos, a maestria vem e encontra agora o espírito do líder servidor que quer compartilhar e apoiar a todos com os benefícios que as práticas podem trazer. Foi nesse período que encontrei o incentivo para aplicar o Kanban nas minhas equipes. E veio também a hora em que não era mais suficiente a aplicação na organização onde tudo começou, e que já tinha sua transformação muito adiantada. Havia um mundo fora dela que possuía um terreno mais fértil ainda e que precisava ser cultivado. Nesse momento, embarquei com o Barizon nessa jornada. E vi, em cada diálogo em que tinha com clientes ou parceiros, a busca em transmitir o que desvendou, os benefícios atingidos e o que mais se pode obter da aplicação das práticas ágeis – ou pragmáticas, como chama ao longo do livro.

Seguindo sua busca em compartilhar os benefícios do que vivenciou, Barizon nos presenteia agora com um livro que nos guia na implantação de mudanças organizacionais no seu aspecto mais essencial e de forma simples. Com verdadeiros segredos de sua jornada, nos dá práticas e conteúdos para atuar na mudança de comportamentos, de processo, enfim, de cultura.

Essa é uma das virtudes do livro e que o torna único: de todo o arsenal que usou, sugere práticas simples, compartilha fórmulas e, desde que não nos esqueçamos da disciplina, como cita em vários trechos, chama atenção para os aspectos culturais resultantes da transformação. Sendo assim, o seu objetivo é nos ajudar a atingir resultados e as práticas são o como fazer e não o objetivo principal.

Estamos em uma era em que as organizações, os modelos de negócio e de trabalho estão sendo desafiados e obrigados a mudar radicalmente. Nesse contexto a colaboração é chave e, para promover a mudança necessária, as lideranças têm papel fundamental para criar ambientes em que as transformações possam ocorrer. Isso remete a outra virtude do livro que é apresentar as atitudes adequadas para criar esse ambiente tanto para os papéis de liderança quanto os da equipe. Ou seja, sugere atitudes de liderança em todos os papéis de uma organização. É um livro para toda equipe! 

Ler os capítulos a seguir é ter a oportunidade de vivenciar o que o Barizon desvendou naquela sala no primeiro workshop e aperfeiçoou até a maestria.  Assim como no poema que narra sobre o guerreiro Tupi, eu posso dizer ao estar perto de tudo isso: “Meninos, eu vi!”.

Jesuíno Lopes”

 

De novo, obrigado ao Jesuíno pelo texto e a você pela leitura! 🙂

Cláudio Barizon

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