Sonhos e Metas

Duas leituras interessantes, relacionadas à liderança e aprendizado: “O Administrador dos Sonhos” e “A Meta”, respectivamente.

Os dois livros têm muito em comum: ambos são fáceis e gostosos de ler e remetem à gestão. Mas mesmo falando sobre Gestão, os dois não são exatamente o que consideramos livros técnicos. Eles foram escritos como romances, histórias do dia-a-dia de pessoas e de corporações com todos os seus problemas. A diferença entre eles, porém, está no foco: enquanto o primeiro trata das pessoas, o segundo lida com processos e melhoria contínua.

“O Administrador de Sonhos” de Matthew Kelly (Sextante, 2008), para ser honesto, me emocionou em diversas passagens. Ele fala de sonhos das pessoas e é sempre emocionante ver sonhos realizados. Trata-se de uma história sobre como as empresas podem atingir grandes resultados ajudando os seus funcionários a realizarem suas aspirações. Como o livro mesmo trata, é bastante “tentador” achar que os colaboradores não têm sonhos e que as empresas não precisam se preocupar com eles. No entanto, os sonhos dos funcionários são relevantes sim e ajudá-los a realizá-los gera comprometimento e lealdade que não tem preço.

 

Esta parábola corporativa apresenta o administrador dos sonhos: responsável por gerenciar os sonhos pessoais dos funcionários. Graças a este trabalho, a empresa supera sérios problemas, como desmotivação e alta rotatividade. Mais do que promoções e aumentos salariais, realizar sonhos desperta nos colaboradores um forte espírito de lealdade e dedicação à empresa. São a paixão e a energia positiva que emanam de suas conquistas transformando seu desempenho individual e em equipe, fazendo brotar um tipo extremamente dinâmico de trabalho em grupo.

O livro conta uma história de sucesso e seu autor é um renomado palestrante australiano que vem disseminando seus conceitos e aplicando-os em algumas grandes empresas no mundo. Ao final do livro, o autor descreve em forma de um guia prático como aplicar os conceitos. Seja em sua empresa ou pessoalmente.

A Meta – Um processo de melhoria contínua- de Eliyahu M.Goldratt e Jeff Cox (editora Nobel – 2a. edição revisada de 2003)  é um “romance de negócios” (esquisito, né?). Ele passa lições incríveis e conceitos “óbvios” e coerentes, mas que precisam ser sempre lembrados.

 

É Interessante perceber que o desafio faz as pessoas sonharem… Neste caso, diferentemente do primeiro livro, não são sonhos pessoais, mas profissionais… Todos os sonhos estão baseados no desenvolvimento e crescimento profissional, novas descobertas, novos processos, trabalho de equipe. O livro é muito legal para quem gosta ou usa o scrum também.

O autor dá a receita de bolo para atacar o problema de forma correta e simples. Na verdade, nada tão simples e claro como:

“1 –  Identificar a(s) restrição(ões) do sistema.”  – Restrições ou gargalos…  Sistema ou processo…

“2 – Decidir como explorar a(s) restrição(ões) do sistema.”

“3 – Subordinar tudo o mais à decisão anterior.”

“4 – Elevar  a(s) restrição(ões) do sistema.”

“5 – Cuidado!!! Se em um passo anterior uma restrição tiver sido quebrada, volte ao passo 1, mas não deixe que a inércia cause uma restrição do sistema.”

Simples assim!

Bem, não são livros que vão ganhar prêmios em literatura, mas são grandes livros para o nosso dia-a-dia. Se tiverem oportunidade, não deixem de lê-los. Sugiro até começar pelo segundo… A Meta. Muito bom! Depois, nos conte aqui o que achou.

 

Cláudio Barizon